segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Pedalada Alentejana- 13,14,15 e 16 de Fevereiro


 


Os corajosos Exploradores Maori   do Grupo 166 do Montenegro, embarcaram  numa das mais exigentes expedições desde que há memória ou registo na história do Grupo... E quando eu digo embarcaram estou a empregar o significado literal da palavra ( "andar de barco")...


1º dia (13 de Fevereiro de 2010) ... 
O dia em que choveu por baixo, ou o dia dos totens...pois nessa noite houve totenizações.

Quando chegámos à estação de Comboios, Amoreiras-Odemira, Iniciámos a nossa expedição de Bicicleta. Depressa nos apercebemos quem tinha a bicicleta afinada e quem não tinha. Apesar das recomendações do chefe de tribo, a preparação da bicicleta  não foi muito privilegiada, isto  para não falar de quem não sabe usar as mudanças ... enfim pormenores.


 

Em relíquias tomamos o pequeno almoço... pois a fomeca matinal já se manifestava nos estomagos da tribo.
Após essa pausa rumamos até a uma terra chamada monte da estrada...onde, como não podia deixar de ser, os chefes beberam o belo do cafezinho e os  Exploradores conferiram as direcções na carta topográfica.

 

Depois  voltámos a pedalar, até que encontramos uma nora... aí confirmamos novamente as direcções e decidiu-se qual o "atalho" a seguir para abandonar a estrada de alcatrão e partir à aventura por caminhos de lama. Nessa tarde os valorosos exploradores maori, aprenderam uma coisa  importantíssima...." Um atalho é o caminho mais longo entre dois pontos"


 

E assim foi, depois de deixarmos o alcatrão entramos numa herdade com muitas vacas e muita lama. A princípio o caminho revelou-se fácil e  amplo, mas ao fim do 1º Km  o caminho era lamacento e cheio de buracos, que se deviam aos pateamentos de manadas de vacas e para ajudar à festa o terreno tenha um declive terrivelmente acidentado. À nossa passagem as vacas olhávam-nos com desconfiança...e fugiam prado a fora  à medida que nos aproximávamos. Descobrimos posteriormente...que o dito atalho era um "beco sem saída" para as bicicletas. Então tivemos que recuar um bocado no caminho acompanhado uma ribeira a longo da sua margem e procurando um ponto de travessia seguro. Foi aí que começou a chover por baixo...pois apesar de ser um caminho, tinha poças de 40 a 50 metros de de comprimento e cuja profundidade fazia com que a água nos desse pelo meio do quadro da bicicleta. 

 


     


Depois de muita água, lama e vacas chegámos à localidade de S.Luis. Sítio de pernoita da tribo. A tribo recebeu guarida numa garagem... onde pôde jantar, fazer as totenizações e dormir


 


2º Dia (14 de Fevereiro de 2010)  ...
O dia em que choveu por cima, ou o dia do Abrigo

O dia começou cedo...7:00 da manhã, um bom pequeno almoço, reabastecimentos...água para encher os cantis e camel bags.
A actividade do dia começou com um jogo de identificação  de vários locais  uma fenomenal subida de bicicleta até ao cimo de um monte que agora não me recordo do nome. O chefe Mário encontrou a meio do caminho, um velho amigo, um cão pastor alemão chamado piloto (mas cuja alcunha é o lambe marmitas) o qual nos acompanhou até ao bico do serro.

 
Quando toda a tribo chegou ao cimo...comeram um scnaks enquanto o chefe Dinis e o Chefe Mário montaram as cordas para os elementos fazerem rappell ...correcção, iniciação ao rappell.

  




Depois chegou a tão esperada hora do almoço...mas o que é isto? lulas em lata? bahhh... podemos dizer que o "lambe marmitas" é que ficou satisfeito por ver que alguns escoteiros não gostavam de lulas.
Os chefes teriam comido lulas...mas como trouxeram massas desidratadas e frango com caril desidratado...geraram uma certa inveja no seio da tribo... Lições a tirar deste acontecimento...Tudo é mais gostoso quando somos nós a tratar do nosso almoço, a comida desidratada não pesa nada  e quem tem fogãozinho campingaz não come comida fria.

Brrrrr...estava um frio de rachar. Depois de almoço a tribo reuniu-se para começar a orientar-se, onde estou? para onde quero ir ? Qual o caminho a tomar?

  


 

O mocho que no dia anterior já tinha sido nomeado orientador da tribo... muniu-se de mapas e bússola e pôs se ao caminho conduzindo toda a tribo em direcção à Rocha de água de alto, tendo como observador o Chefe de Tribo... durante  muito tempo conseguiu orientar bem o mapa , o pior foi quando começou a chover e ele deixou de prestar atenção ao mapa, fiado que tinha ali o chefe e que este lhe iria dizer o caminho...pois bem o caminho levou-nos de facto à rocha, mas não foi ao sítio onde nós queríamos, pois em vez de ir ter à base da cascata fomos ter ao topo  e o acampamento era na base.



Tivemos de ir dar uma grande volta  com as biciccletas para chegarmos perto do local do acampamento, perdendo imenso tempo com alex, que incapacitou a bicicleta de várias formas nas quedas que deu, 1º andou com a bicicleta pela mão durante algum tempo porque tinha a corrente solta, depois entortou a travão traseiro, impossibilitando a roda de trás de rodar...Quando já estávamos aí a uns 900 metros do local do acampamento, já a noite tinha caído, começou a chover, a fazer vento e o caminho que íamos seguir, era cheio de regos e escorregadio, como o Alex já tinha dado uns quantos espalhos de bicicleta durante o dia, e  como a  noite estava escura e o caminho escorregadio, o chefe preferiu não arriscar. Então fez-se uma paragem estratégica para determinar a localização exacta da tribo em relação ao acampamento. Como o tempo estava terrível, foi construído um abrigo...onde os elementos descansaram, enquanto o chefe foi à procura do local do acampamento a pé. Entretanto o chefe Mario enquanto tentava achar-nos num caminho não muito distante atascou o jeep na lama, não conseguindo fazer mais nada dele nessa noite.
Uma vez descoberto o local do acampamento, o Chefe de tribo regressou ao abrigo e conduziu a tribo ao acampamento. Pouco tempo depois de chegar-mos o vento aumentou e a chuva intensificou-se. Toda gente dormiu que nem pedras, pois o cansaço apoderou-se dos seus corpos.

3º Dia (15 de Fevereiro de 2010) ...
O dia em que jeep saíu da lama e nós ajudámos ou o Descanço do Guerreiro.

Depois um dia anterior de chuva e ventos fortes e intensos... o despertar da tribo foi tardio...lá por volta das nove horas começaram a sair os primeiros elementos das tendas.  
A nossa demanda dessa manhã  foi dedicada ao acto de desatascar o jeep do chefe Mário da lama.
As primeras tentativas fizeram-se com a prata casa... ata corda à arvore, puxa jeep com tirfor, empurra o jeep enquanto o mesmo patina no mesmo sítio. Depois passou-se para uma abordagem institucional, ligou-se ao 112, e a partir daí foi um jogo do empurra de uma corporação de bombeiros para outra...não tinham equipamento, não era da sua jurisdição, cada um  tinha a sua desculpa. No meio deste jogo do empurra houve uma corporação que nos deu o número de telefone de uma empresa particular...telefonámos e disseram que só tinham uma pick up e não ia ao local. Por sua vez essa empresa deu-nos o número  de uma empresa de máquinas pesadas...o qual foi apontado a caneta no braço do chefe Mário, no meio da confusão o número apagou-se com a chuva. " Coitado daquele que cai em desgraça, que pra se desemerdar tem muito que penar"...
Felizmente coincidências acontecem e apareceu no local uma carrinha 4x4 da Empresa  Naturasines. Tinham uma actividade agendada para esse dia  e iam fazer um slide do topo da cascata da rocha de água de alto para a base . Infelizmente, para eles, o tempo estava muito chuvoso e tiveram de cancelar a actividade, mas felizmente para nós, eles estavam disponíveis e protificaram-se a ajudar-nos. Um muito obrigado à empresa Naturasines a qual nos deu uma mãozinha num momento de aperto. Depois de um esforço conjunto de 5 horas,  escoteiros e elementos da empresa naturasines  conseguiram desatascar o jeep. 

  

Uma vez tirado o jeep da lama, como estava um tempo demasiado chuvoso e como tínhamos perdido uma manhã a fazê-lo, Os elementos da tribo de  exploradores e as suas bicicletas foram evacuados em três viagens do acampamento para a localidade de S. Luís.

A partir daí, tudo foi fácil... a comida foi abundante  e todos tiveram direito a duche quente.
Neste dia o almoço/Lanche foi febras fritas e o jantar foi frango com cerveja, que foi de comer e chorar por mais.
À noite houve convívio  e reflexão sobre os dias anteriores, nomeadamente  acerca do que correu bem, o que correu mal e o que é se faria de maneira diferente no futuro.


4º Dia (16 de Fevereiro de 2010)...
O regresso ou o dia em que os bilhetes de comboio viajaram de jeep

De manhã levantá-mo-nos cedo, arrumámos o material e colocámos as nossas cargas no jeep do chefe Mário...almoçámos cedo e pouco tempo depois abalámos de S.Luís, rumo a Amoreiras Gare, parámos 2 vezes de 10 em 10 kilometros, para juntar a "canalha" toda. O nosso tempo foi bom, e estava previsto que assim o fosse! Mas como já tínhamos tido muitos imprevistos durante toda a viagem resolvemos não arriscar e abalámos 4 horas antes do comboio partir...chegámos uma hora antes da partida...foram uns momentos porreiros, nos quais os elementos da tribo  e os chefes conversaram. Já no comboio, quando o Revisor veio picar os bilhetes...o chefe deu-se conta do seguinte cenário... Os bilhetes de comboio não estavam com os elementos da tribo mas sim na sua bagagem que seguiu de jeep para Faro. Logo disse:"Vai-vos sair  do bolso porque pagam o bilhete duas vezes e vai-lhes sair do corpo porque esta falha  não vai ser esquecida durante muito tempo...suas aves raras".
Chegámos a faro às seis horas e qualquer coisa e lá estavam os papás e mamãs felizes por receber de volta os seus rebentos.